Mostrando postagens com marcador amigos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador amigos. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Aventuras de fim de ano

O Natal daqui a gente até pode dizer que foi bem parecido com o Brasil: muita chuva! É claro, uns 30 graus a menos. Mas prá nós, que só conhecíamos o Natal branco com neve de acrilon, foi meio frustrante, pois estávamos esperando passar o nosso primeiro Natal debaixo de uma montanha de neve e não debaixo de um guarda-chuva. O pior é que tinha nevado uns dias antes. Na verdade, tinha neve acumulada nos lados das ruas. Mas já estavam virando gelo. Quando paramos o carro em frente à Igreja, abri minha porta e me deparei com aquele monte com uns 50 cm de altura. Consegui sair do carro e subi no monte. Detalhe: eu estava segurando uma bandeja com um rocambole de-li-ci-o-so que eu tinha feito prá a ceia. Tinha uma deliciosa cobertura de chocolate derretido e por isso não tinha como cobrí-lo. Resultado, chegou ao seu destino devidamente molhado de chuva! Que raiva!!! Mas tudo bem. Bom, eu desci do carro e subi no monte de neve prá tentar alcançar a calçada. Enquanto me preparava prá fechar a porta, com a bandeja na mão, meu pé afundou na neve! Tentei sair apoiando o outro pé e... afundei de novo! Como não tinha mais jeito, fui afundando até chegar à calçada! O importante era não cair. E principalmente, não derrubar o rocambole! Mas graças a Deus tudo correu bem e tivemos um culto de Natal muito bonito.
Ao final da ceia do dia 24, a Meire, esposa do Pastor, convidou algumas pessoas prá almoçar na casa deles no dia seguinte. Aí eu falei: ah, tá! Vamos enterrar os ossos! O pessoal me olhou com aquela cara de espanto: como assim, enterrar os ossos! Pô, como a maioria é do sudeste do Brasil, acho que por lá ninguém conhece essa expressão. Tive que explicar: calma, gente! É só prá dizer que a gente vai finalizar o que começou, em resumo, comer o resto! E que resto, viu? Mas enfim, dúvidas esclarecidas, no dia seguinte fomos à casa do Pastor prá... almoçar? jantar? qualquer coisa entre esses dois, pois como aqui está escurecendo cedo, quando nos sentamos prá comer já estava escuro. Daí a dúvida.
Agora a virada do ano, vou ser muito franca: com o frio que fez aqui em Montreal, prá passar de 2008 prá 2009 só usando uma passagem secreta! Sim, e o vento empurrava a gente! Neve, mais uma vez, não tinha. Gelo, muito! O vento empurrava e a gente deslizava no gelo. Muito doido! Dessa vez levei tudo coberto. Mas não choveu! Sim, porque só chove se a temperatura sobe e como estava tipo -15°C, nem neve e muito menos chuva. Mas com o vento, a sensação térmica chegava a -25°C. Ah, tudo bem! Debaixo das minhas 3 camadas de roupa, mais o casaco, tava só fresquinho. Mas mesmo com todo esse frio, chegamos em casa quase 5 horas! Passamos o ano com a turma da Igreja e depois fomos prá a casa de Ana e Antônio. Pois é, quando fomos deitar, a comida ainda estava no esôfago, uma vez que todos os demais órgãos do aparelho digestivo estavam repletos. Que exagero! Acha pouco? Pois no dia 1° fomos... enterrar os ossos (agora bem entendido!) de novo na casa do Pastor. Dessa vez foram ossos de galinha, pois decidimos abdicar do peru. Mais uma vez ficamos na dúvida entre almoçar ou jantar, mas foi muito bom. Ficamos jogando Uno (o nosso Can-Can, lembra?) até altas horas. Somente as mulheres ganharam. Meninas, esse ano é nosso!!!

sábado, 27 de dezembro de 2008

Um tremendo P. I. em Montreal

No Brasil, um P. I. (abreviatura de programa de índio) é aquele tipo de programa em que a gente se mete e tudo dá errado. O problema do P. I. é que, em princípio, é um programa que tem tudo prá dar certo. Por alguma razão, uma variável foge ao controle e... pronto! o programão de sábado vira um tremendo P. I. Foi exatamento o que aconteceu. Hoje vivemos um autêntico P. I. em Montreal!
Era prá ser um programão: ir patinar no gelo no Mont Royal, no Lago dos Castores. Lugar belíssimo. Lu e Cláudio, um casal de amigos, nos chamaram e nós topamos. Eles inclusive tinham enfrentado a loucura do boxing day (dia de vendas após o Natal) prá comprar seus patins. Nós iríamos alugar (afinal preciso sentir se algo em mim tem alguma pretensão de aprender a patinar no gelo, antes de comprar os patins). Maravilha! O serviço de meteorologia tinha previsto dia bonito. Temperatura amena (beirando 6°C positivos!). Beleza, vamos sim! Eu estava com a garganta doendo, mas tudo bem! Processo de vestir as várias camadas de roupa, meia, cachecol, touca etc, etc, etc. Ok, vamos sair. Chegando na rua, primeiro obstáculo: escorregar no gelo até o carro. Vencido este obstáculo, o segundo foi raspar o gelo dos vidros do carro. Fácil, tinha começado a chover. Nesse momento, o Cláudio ligou dizendo que tava impossível sair de casa, pois estava tudo escorregando. E com chuva, não dava pra ir pro Mont Royal. Ah, não seja por isso! Não vai ser uma chuvinha e um gelinho na rua que vai estragar nosso programa. Passamos na casa deles e os pegamos pra irmos a um outro local de patinação que é coberto. Deixamos o carro em frente à estação de metrô e fomos de metrô (aliás, sábia decisão, senão nosso P. I. teria se agravado grandemente!). Chegando ao local, nos demos conta de que, não somente nós, mas toda a população de Montreal (e provavelmente das adjacências) resolveram fazer o mesmo, ou seja, trocar a patinação ao ar livre pelo local coberto. Respiramos fundo, sentindo um pouco a frustração, sentamos, tomamos um refrigerante e ficamos a discutir se abortaríamos a missão, se seguiríamos em frente e enfrentaríamos a fila ou se partiríamos para o plano B (que não existia). Decidimos pelo plano B. E nesse momento, ficamos alguns momentos traçando o plano B: cinema? pra ver o quê? em francês ou inglês? compras? com que dinheiro? comer? o quê? E foi nesse momento que decidimos ir comer donuts em Laval, uma cidade perto de Montreal. O P. I. começava a ganhar forma! A Lu falou que não estava se sentindo bem, que tava tendo uns calafrios. Pensando agora, friamente, acho que era um aviso. Pegamos o metrô de volta, entramos no carro e fomos em direção a Laval. Ao chegarmos ao shopping, nos deparamos com a mesma sensação que tivemos na pista de patinação: todos resolveram ir ao shopping. E de carro, pois achar uma vaga foi quase um milagre! Mas achamos. Descemos do carro e... patinamos no gelo. Sem patins! Tudo bem, chegamos ao shopping. Dudu e Cláudio começaram a sentir uma moleza esquisita. Decidimos comer algo, pois poderia ser fome. Deixamos os donuts prá sobremesa. Comemos, conversamos e então... vamos aos donuts. O local não era dentro do shopping, mas era próximo. Num dia de sol, sem gelo no chão, é até perto. Mas, como nosso programa foi uma corrida de obstáculos, prá chegar ao local desejado tínhamos que descobrir qual era a saída do shopping mais próxima prá a gente não ter que andar na chuva e escorregando no gelo. Depois de 3 ou 4 tentativas, achamos. Que maravilha, só atravessar um trecho de estacionamento e... voilà! Ok, mais patinação sem patins. Ah, mas ao chegarmos, como valeu! Degustamos gratuitamente donuts quentinhos, dissolvendo na boca! Compramos outros, comemos e resolvemos ir embora. Decidimos fazer o mesmo caminho por dentro do shopping, pois nosso carro estava do lado oposto. E aí... Demos com a cara na porta. O shopping aqui fecha às 5 horas aos sábados e domingos. Tivemos que andar pelo estacionamento até o carro. Ora patinando, ora enterrando o pé na neve, ora afundando o pé nas poças d'água. Demoramos um tempinho prá acharmos o carro. Quando o encontramos, não havia mais nenhum outro carro por perto e toda a área à sua volta estava coberta de gelo. Como fiquei prá trás, pois, como já disse, preciso saber se algo em mim tem condições de aprender a patinar no gelo, resolvi esperar que viessem me buscar onde estava, pois dali só sairia sentada. Enfim, voltamos. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Ninguém caiu. Lu, Cláudio e Dudu voltaram sentindo-se mal. Eu voltei como saí: com a minha dor de garganta. Mas foi tudo muito bom. Com bom humor, a gente aproveita mais a vida. E, como diz o ditado, tudo está bem quando tudo acaba bem! O nosso P. I. foi DEZ!!!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Babel é aqui

Diversas culturas, diversas nacionalidades, diversos idiomas, todos se encontram no curso de francisação! Gente, é a coisa mais interessante e mesmo divertida que eu já vi por aqui. Pessoas com diferentes costumes reunidas numa sala de aula com um único propósito: aprender francês. Estou no nível três, que é o último nível, então na minha turma as pessoas já falam bastante francês a ponto de poderem estabelecer uma comunicação. Fico maginando como deve ser no nível um! Sim, pois na minha turma tem uns cinco brasileiros, dois romenos, uma búlgara, um russo, um cubano, uma venezuelana, uma peruana, uma costa-riquenha, duas chinesas e um egípcio. É claro que a única coisa que nos une é o parco conhecimento da língua francesa. E a gente se torna amigo, falando nosso francês de pé quebrado, se entendendo como pode ou deixando prá lá quando não há explicação que dê jeito. Na sala de aula, estou entre o russo e um romeno. E a gente conversa! Mas o melhor é a troca de informações sobre nossos países, nossa cultura, nossos costumes, nossa comida. Uma vez o professor perguntou a uma das chinesas o que havia no lugar onde ela morava na China. Ela disse que havia praia e gente. Muita gente! Na hora do almoço, todo mundo leva sua comida de casa e esquenta num dos vários microondas da cafeteria. À mesa, ficamos a perguntar se a comida que o outro está comendo é do seu país, como é feita, o que é aquilo! Tudo devidamente explicado em francês!!! E como é divertido! É uma troca de experiências verdadeiramente enriquecedora. Ah! E, claro, tem as piadas! Todas no mais perfeito francês quebecois. A outra chinesa é casada e tem três filhos, dois deles canadenses. Ela disse que o terceiro filho é fruto de um preservativo de fabricação canadense que estava furado, ao que a costa-riquenha observou: "Mas claro! O canadá quer aumentar sua população, então os preservativos saem da fábrica devidamente furados!!!" Realmente, não sei se poderia ser melhor. Tem sido um momento maravilhoso: aprender francês, conhecer outras culturas, fazer amigos. É um bom começo.

sábado, 18 de outubro de 2008

Amigos, a gente encontra!

Acabo de chegar de um encontro de casais da Igreja Luz Para as Nações. Não é um encontro convencional e nem tampouco foi só prá casais, embora a palestra tenha sido dirigida a casais. Mas foi ma-ra-vi-lho-so!!! Além de ouvirmos uma palestra ótima, por um pastor português, tivemos uma confraternização muito legal depois, quando trocamos mais experiências e... rimos muito! Sim, no final, quase 11 horas da noite, saímos em grupo prá pegar o metrô! E vou confessar uma coisa: somente um grupo de brasileiros prá me fazer rir como ri agora há pouco. Estava realmente sentindo muita falta disso - um grupo prá poder chamar de amigos. Tudo bem, ainda não decorei o nome de todos, mas é só uma questão de tempo. Já posso chamar de amigos.
E essa questão de fazer amigos é uma coisa que me deixava meio prá baixo. É que de vez em quando me lembrava dos amigos que deixei em Salvador, em Aracaju e até os do Rio e ficava pensando: será que vou ter amigos por aqui? Sim, vou. Acho que já comecei a tê-los. E é, prá mim, mais uma prova de que Deus está, a cada momento, preparando meu caminho, seguindo na minha frente, abrindo as portas.
"Amigos, a gente encontra. O mundo não é só aqui. Repare naquela estrada, a que distância nos levará!"
E, meus amigos de Salvador, de Aracaju e do Rio, não pensem que esquecerei de vocês! Jamais! Amigo é o tipo do tesouro que dá prá juntar aqui na terra!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Ana e Antônio

Sabe quando você está na expectativa de se mudar prá um lugar que você não conhece e onde você não conhece ninguém e, além de tudo, nesse lugar não se fala a sua língua? Era assim que a gente estava quando Deus colocou no nosso caminho um casal maravilhoso - Ana e Antônio.
Ana é minha prima, não me pergunte em que grau! Mas isso não interferiu em nada quando ela soube que nós estávamos de mudança prá Montreal e se ofereceu prá nos receber em sua casa. E ela não só nos recebeu como também esperou conosco numa fila sem tamanho prá fazermos a carteira da assistência médica, pois era necessário a sua presença para confirmar que estávamos residindo em sua casa, caso contrário teríamos que esperar até termos nossa casa, o que poderia ter atrasado o processo em um mês!
Ana e Antônio nos levaram pra ver alguns apartamentos e nos diziam se era ou não bom prá nós. Alguns o Antônio nos dizia que nem valia a pena perder tempo em olhar, pois o lugar não era legal. E quando encontramos o nosso apartamento, o ideal pelo tamanho, localização, preço, eles vibraram conosco pelo achado.
Mas tinha que haver um senão: o apartamento não estava livre, ou seja, o inquilino iria sair no final do mês de setembro. Isso significava que ainda esperaríamos quase três semanas prá podermos nos mudar. E mais uma vez Ana e Antônio nos acolheram: ou seja, ficamos na casa deles por quase um mês inteiro!
Não! Não é toda hora que você encontra gente assim no seu caminho. Cada um pode pensar como quiser, mas eu acredito na Providência Divina - foi Deus que colocou esse casal em nosso caminho e agradeço a Ele por isso. E peço que Deus continue derramando bênçãos sobre eles.
Ana e Antônio, muito obrigada por tudo!!!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Fazendo amigos

Chegar num lugar diferente, montar uma casa, procurar emprego, fazer compras - nada disso é tão importante quanto fazer novos amigos. Ontem (domingo), eu e Dudu fomos a uma igreja de brasileiros e acho que foi mais um passo importante que demos no nosso processo de integração. Lá conhecemos outras pessoas que passaram ou estão passando pela mesma situação que nós, ou seja, estar longe da família, não ter emprego, ter que aprender uma nova língua (ou duas!). E o acolhimento foi tamanho que fomos convidados para o almoço de Ação de Graças hoje. E fomos, é claro! E foi ÓTIMO!!! Hoje nos sentimos entre amigos - amigos que nos fizeram rir, que nos deram conselhos, que nos deram dicas importantes de como sobreviver ao primeiro inverno!!! Hoje comecei a acreditar que vai dar certo, porque começamos a fazer amigos. E vou confessar uma coisa: fiquei com inveja de Maurício, quando Zai me contou que lá em Nova York se sentiu como se estivesse no Brasil, tal foi o contato com brasileiros. Então, mais que depressa busquei encontrar-me com brasileiros. E deu certo. Hoje estou mais feliz, mais confiante e sei que terei com quem passar o Natal e o Ano Novo, pois como tá todo mundo sem família, a gente forma a família dos desfamiliados!!!
Obs: Maurício é filho de Zai e mora em Nova York. Zai foi visitá-lo no mês passado. São nossos amigos de Salvador.